A Biblioteca | Centro de Documentação e Pesquisa é um espaço destinado à promoção de cultura e à construção de identidade social. Enquanto o ambiente interno conta com uma infraestrutura própria para estudos, a área externa é um convite para a construção de diálogos. 

Neste espaço, as possibilidades vão muito além da leitura dos livros situados nas estantes. Para nós, o fomento à pesquisa, a troca de ideias e o conhecimento de novas pessoas fazem parte das funções do Centro de Documentação e Pesquisa. 

De acordo com Luís Augusto Milanesi, bibliotecário, escritor e professor universitário brasileiro, na medida em que a biblioteca assume a função de casa da cultura - e mantém uma infraestrutura que permite os exercícios de uma série de atividades no campo das artes - torna-se claro que ela também deve abrigar o fazer. 

A Biblioteca da Escola de Artes Visuais (EAV) não registra o histórico completo de sua criação. Através de reportagens recuperadas pelo projeto Memória Lage, realizado em 2014, o surgimento do espaço é atribuído às contribuições do acervo particular de Augusto Frederico Schmidt (1906-1965). O poeta modernista carioca frequentava o Parque Lage a fim de obter inspiração para escrever seus livros.

Acredita-se que essa biblioteca tenha sido englobada pelo Instituto Brasileiro de Arte (IBA) em 1950, de onde o Centro de Documentação e Pesquisa EAV adquiriu parte do acervo e das características que possui atualmente. Com a fundação e gestão da EAV, estabeleceu-se como biblioteca especializada em Artes Visuais com ênfase em Arte Contemporânea.

A Biblioteca | Centro de Documentação e Pesquisa ocupa uma das salas que possuem acesso às varandas do Palacete. A varanda com mesas, cadeiras, redes e almofadas torna o ambiente mais amplo para receber lançamentos ou pequenas reuniões, com uma vista excepcional para a área verde. Além disso, o banheiro original de Gabriela Besanzoni virou uma sala exclusiva para leitura, aberta ao público, com wi-fi liberado para pesquisas.

Em 2015, a curadora residente Beatriz Lemos iniciou, entre outros projetos, as “Aulas Abertas” e o “Livro do Dia” – postagens de destaques do acervo nas redes sociais da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. No ano seguinte, convidada pela ex-diretora Lisette Lagnado, a pesquisadora Ana Luiza Fonseca se dedicou à pesquisa de editoras de livros de artistas na América Latina. Nesta época, foi lançada a Feira de Impressos da EAV, projeto que integrou os ateliês de gravura da escola ao espaço da biblioteca.

Já em 2019, a curadora residente Tanja Baudoin propôs o programa “Um berro, um sussurro”, que reúne performances ao redor e dentro da biblioteca. No primeiro semestre do mesmo ano, foi criado o projeto “Hospedando” que semestralmente se concentra em uma pesquisa histórica de um nome ou evento ligado à Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O programa teve duas edições: “Hospedando Lélia Gonzalez (1935-1994)” e “Hospedando Eco-Sensorial”.