Ao mesmo tempo, o Parque abria suas portas para as aventuras de uma nova geração. Os poetas marginais utilizavam aquele espaço para apresentar espetáculos chamados "Artimanhas" - expressão divulgada por Torquato Neto -, mistura de música, dança, carnaval e circo. Em 1980, Luiz Áquila e o pintor norte-americano John Nicholson passam a ministrar aulas na Escola de Artes Visuais. A pintura abstrata de Áquila e a linguagem figurativa de Nicholson atraíram uma quantidade impressionante de jovens artistas. A resposta veio logo a seguir: em julho de 1984 a
EAV inaugurou a exposição "Como vai você, Geração 80?", que entrou para a história cultural do país. Sob a curadoria de Marcus Lontra e Paulo Roberto Leal, a exposição reuniu 123 artistas de todo o Brasil. Daniel Senise, Beatriz Milhazes, Jorge Guinle, Leonilson, Leda Catunda, Cristina Salgado, Nuno Ramos, Barrão, Luiz Zerbini são alguns artistas que expressavam em suas obras a liberdade e a diversidade no processo de redemocratização do país. O tempo passava e a ideia seminal se mantinha. Artistas consagrados como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Moraes Moreira participaram de shows do projeto Verão a Mil. As apresentações aconteciam sob uma grande tenda de lona, armada nos jardins do Parque Lage, que chegou a reunir cerca de mil e quinhentas pessoas.
O entorno da piscina também serviu de palco para as encenações viscerais de José Celso Martinez Correia. Em 1993, José Celso montou a sua polêmica versão de Hamlet, de Shakespeare, com quatro horas e meia de duração e atores nus diante da plateia.
Na virada do século, em pleno ano 2000, uma nova galeria foi aberta na EAV para abrigar o projeto Zona Instável, que ocupou um ambiente singular: as Cavalariças. Destinado à mostra de artistas plásticos contemporâneos, o projeto propunha o diálogo da obra com o espaço a ser ocupado. Entre as mostras mais importantes estão as dos artistas Nelson Félix, Eliane Duarte, Márcia X., Suzana Queiroga, Daniel Senise, Cristina Pape e Malu Fatorelli