Orientação Multisuporte

ENTRE ONTEM E AMANHÃ - COMEMORATIVO 10° EDIÇÃO LABORATÓRIO DE PESQUISA E TRABALHO COLABORATIVO FÁBIA SCHNOOR

Sobre o curso

Edição comemorativa - LABEAV10

O Laboratório se orienta pela metodologia de pesquisa e produção de projetos desenvolvida pela artista Fábia Schnoor a partir de seus estudos multidisciplinares sobre a memória. Nessas últimas 9 edições a metodologia se transformou, se alinhou, se deu a ver, com a participação de cada integrante desde sua primeira realização como também dos convidados que trouxeram suas falas e ativações de presença. Neste ano, comemorativo da sua décima edição, o laboratório vem na sua versão contínua, com mais tempo para o desenvolvimento dos processos, seus desdobramentos e aprofundamento da metodologia.

O curso se desenvolve de forma prática e teórica paralelamente. Cada participante estabelece uma ou mais formas de coleta de dados: observações escritas, trabalhos de arte, fotografias, áudios, objetos, notícias, filmes, jornais, literatura, entre outros.

Nos encontros essas informações se confrontam, são organizadas de diversas formas, sugerem mapas e seus itinerários, sendo então montados, remontados e analisados pelo grupo coletivamente. O objetivo é desvelar conteúdos inéditos que o material selecionado traz, dando vida a um dispositivo de relações e associações dinâmicas.

O tempo das aulas se divide entre as referências expositivas da professora, apresentação dos exercícios e trabalhos produzidos pelos participantes, propostas de trabalho coletivas.

O programa inclui propostas práticas e conteúdos teóricos multidisciplinares, introduz o pensamento de Giulio Camillo Delminio e Aby Warburg como ponto central de referência assim como a artistas que usam do princípio do Atlas e da ideia de montagem como forma de pensamento. O grupo recebe a fala de convidados diferentes a cada edição que apresentam suas pesquisas ao grupo. A proposta estimula a autonomia da pessoa no processo de construção da sua linguagem, tem caráter horizontal de troca e é sem pré-requisitos.

O laboratório oferece um contingente de bolsas e descontos de acordo com o número de inscritos, a partir de carta de intenção de meia lauda tendo como critérios a equidade, diversidade e a ordem de chegada.

“Como também aponta Didi-Huberman, essa “inquietante dualidade” entre um humano organizador e uma perda de controle de suas pulsões reflete uma condição mais ampla de tudo o que compreendemos como Cultura. O próprio processo de compreensão dos fatos culturais necessitaria de uma condição humana que mistura esforços lógicos e discursivos com uma animalidade jamais apagada, ainda que recalcada. Esse movimento que emaranha o dionisíaco com o apolíneo leva Warburg à expressão “dialética do monstro” (Cf. SILVA, 2014, p. 81).

As fronteiras, como sabemos, amiúde são separações arbitrárias no ritmo geológico de uma mesma região. Que faz o clandestino quando quer cruzar uma fronteira? Usa um intervalo já existente - uma linha de fratura, uma fenda, um corredor de erosão - e que, se possível, passe despercebido aos guardas como um “detalhe”. Assim funciona a “iconologia do intervalo”, seguindo os ritmos geológicos da cultura para transgredir os limites artificialmente instituídos entre disciplinas.” (DIDI-HUBERMAN, 2013a, p. 418-419).

VISÃO DE DIDI-HUBERMAN SOBRE WARBURG E A CONTRIBUIÇÃO DO RETORNO À “CIÊNCIA SEM NOME” PARA O TRATAMENTO COM A ARTE CONTEMPORÂNEA - Rodrigo Hipólito.1 Fabiana Pedroni.

O que você vai aprender:

Aby Warburg, no seu Atlas Mnemosyne, reuniu em um mesmo painel, imagens de diversas origens que, lado a lado, ativam umas às outras pelas relações que fazem entre si. O atlas é composto por 63 painéis, ficando inacabado após sua morte. Warburg, procurava compreender o que as imagens transmitem diretamente, sem estarem vinculadas à elaboração verbal, ou intelectual, ou a registros linguísticos ou culturais específicos. Chamou de Pathosformel, palavra que mistura a palavra grega Pathos (paixão) e o vocábulo alemão de fórmula, o que seria um gesto, expressão visual ou imagem, que qualquer ser humano reconheceria em qualquer momento da história como, por exemplo, uma expressão de alegria ou de dor. Seria algo mais universal que a humanidade, uma espécie de lençol freático da cultura que leva e faz renascer nas imagens, sob novas formas, uma pulsão, algo de inicial e primeiro comum aos seres

Como descrito no livro de Milton José de Almeida, “Giulio Camillo Delmino elaborou um projeto monumental, de uma grande enciclopédia do saber, chamado O teatro da memória. Tratava-se de um tipo de anfiteatro, onde o espectador, desbravando–o, entraria em contato com textos e imagens sobre filosofia, literatura, ciências, religião e arte.
Publicada em 1550, A ideia do teatro apresentava o fundamento desse aparato. Era, provavelmente, de madeira e com capacidade para uma ou duas pessoas frequentá-lo de cada vez. Teria em seus diversos degraus, escaninhos onde estariam os textos. As imagens estariam fixadas nas paredes. Assim o espectador percorreria livremente por entre o material – sem, é claro, itinerário fixo – numa rede inesgotável de relações, alusões e significações. Baseava-se no diálogo entre obra e espectador. Ao sair do teatro a obra já não era a mesma e também o interlocutor mudara.”

• Metodologia de pesquisa transdisciplinar para desenvolvimento de projetos
• Conteúdo teórico de diferentes campos do saber
• Exercícios práticos individuais e coletivos
• Acompanhamento da pesquisa individual pelo coletivo
• Conversas entre convidados de diferentes áreas
• Leitura de textos multidisciplinares, filmes e artistas como referência.

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Orientação Multisuporte

ENTRE ONTEM E AMANHÃ - COMEMORATIVO 10° EDIÇÃO LABORATÓRIO DE PESQUISA E TRABALHO COLABORATIVO FÁBIA SCHNOOR

R$480,00 por mês

Este curso é indicado para:

Indicado para pessoas interessadas em conhecer e/ou pesquisar o tema. Indicado para pessoas interessadas em desenvolver processos artísticos. Indicado para pessoas com processos artísticos em desenvolvimento. Não exige conhecimentos prévios.

Dinâmica:

A partir da metodologia proposta a pesquisa se desenvolve de forma prática e teórica paralelamente auxiliando a produção dos trabalhos. A partir dos exercícios propostos, cada participante estabelece uma ou mais formas de coleta de dados: observações, imagens próprias, trabalhos de arte, fotografias, áudios, objetos, notícias, filmes, jornais, entre outros. Nos encontros essas informações se confrontam, são organizadas de diversas formas e analisadas, sugerem mapas e seus itinerários, sendo então montados e remontados em painéis. O objetivo é desvelar conteúdos inéditos que o material selecionado traz, dando vida a um dispositivo de relações e associações dinâmicas, a partir do espaço ativo do entre, que oferece caminhos para compreensão da participante sobre seu próprio trabalho.

  • Ministrado por:

    Fábia Schnoor

    Fábia Schnoor nasceu em 1976 no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha, é artista visual, pesquisadora independente e professora da EAV, e Arte Educação na Escolinha de Arte do Brasil.

    Em 2009, participa como ouvinte do curso História e Tempo: História e Cultura da Memória com a professora Margarida de Souza Neves na PUC-RJ. De 2009 a 2012, participa do curso Análise e Inserção da Produção Contemporânea com, Iole de Freitas, em 2012, é selecionada para o programa Projeto Pesquisa com Gloria Ferreira e Luiz Ernesto, ambos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage –EAV-RJ. Em 2012, é assistente do artista Antony Gormley na montagem do trabalho Amazonian Field – CCBB-RJ. Em 2013, participa do programa de Residência Berlin Im Fokus em Berlim e em 2015 da residência ECHANGEUR 22. Integra hoje a partir de 2022 o programa Curators Tour da Residência Echangeur 22, na França. Participou de exposições coletivas no Brasil e no exterior, dentre elas: Residual Benefits, phICA, Instituto de Arte Contemporânea de Phoenix - Arizona, EUA 2012, Abre Alas, A Gentil Carioca, RJ, 2013, Noite Azul Elétrico, Mendes Wood - SP, 2013, A Imagem em Questão, EAV, 2013, Ressonâncias, Künstlerhaus Bethanien, Berlim, 2013. Em 2014 é indicada ao Prêmio Pipa e em 2015 faz a exposição individual LUGAR, no Centro Cultural Candido Mendes - RJ, a convite de Paulo Sergio Duarte. Em 2016 faz a individual topografia do instante, com curadoria de Keyna Eleison, no Centro Cultural da Justiça Federal – RJ. Em 2017 participa da coletiva A Escola em Transe com curadoria de Lisette Lagnado e Ulisses Carrilho, na EAV – RJ . Em 2018 faz a coletiva Flutuantes, no Paço Imperial-RJ em 2018 e a individual Post-It Drawings na Galeria 55SP – SP. Fábia participa ainda em 2018 da Bienal Internacional de Arte SIART - “LOS ORÍGENES DE LA NOCHE”, Bolivia, com curadoria de Keyna Eleison e em 2022 Sublime Ordinário, curadoria de Arthur Lescher e MÃE, curadoria Julia Morelli, com 55 SP ambos no Espaço Cama- SP. 2019 e 2022 orienta o Laboratório de Pesquisa Entre Ontem e Amanhã na Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Secretaria

Todos os cursos online e presenciais emitem certificados. Anualmente será cobrada uma taxa administrativa válida para todos os cursos.Cancelamentos de cursos devem ser informados até o último dia útil do mês anterior.

Referências

YATES, Frances. A Arte da Memória. São Paulo: Editora da Unicamp, 2007.

ALMEIDA, Milton José de. Teatro da Memória de Giulio Camilo. COTIA, SP: Ateliê editorial: Editora da UNICAMP, 2005.

AGAMBEN, Giorgio. A potência do pensamento: ensaios e conferências. Belo Horizonte: Autêntica; 2017.

DARWIN, Charles A expressão no homens e nos animais.

São Paulo: Companhia das letras, 2009

DIDI-HUBERMAN, O que vemos, o que nos olha

São Paulo: Editora 34, 2010

MICHAUD, Philippe Alain. Aby Warburg e a Imagem em movimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013

ROOB, Alexander. Il Museo Ermetico – Alchimia e Mistica. Taschen, 2014



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