Estudos críticos e curatoriais

ARQUIVO, MONTAGEM E MEMÓRIA

Sobre o curso

Dentro do contexto da comemoração dos 50 anos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, a artista e professora Fábia Schnoor propõe uma ação imersiva no acervo MEMÓRIA LAGE*. Por meio de uma chamada pública, 12 artistas e pesquisadores de diversos campos do conhecimento serão selecionados para participar do projeto, que se realiza em dois encontros presenciais para pesquisa e práticas de montagem com os arquivos e uma reunião online para acompanhamento dos processos.

A partir da apresentação do acervo da Escola, conduzida por Rubia Luiza e Juliana Machado e da metodologia proposta por Fábia, os selecionados desenvolvem sua pesquisa e trabalhos individualmente entre os encontros, os arquivos serão revisitados e atualizados sob a perspectiva do tempo presente, ressignificando memórias e imagens históricas a partir dos trabalhos desenvolvidos. O processo resultará no desenvolvimento de trabalhos em arte, livros de artista ou audiovisuais.

Como conclusão, será realizada uma mostra com os trabalhos desenvolvidos em uma instalação coletiva, aberta ao público. O material desenvolvido no programa será disponibilizado on-line no acervo do Memória Lage, como ação comemorativa dos 50 Anos da EAV-Parque Lage. 

Também, como estopim para reflexão dentro do contexto comemorativo do projeto, teremos a exibição do filme Revolver** de Frederico Benevides, com co-direção de Tadeu Capistrano (filmado na EAV em 2016), seguida de uma roda de conversa, aberta ao público.

Para mais informações sobre o processo de seleção e formulário de inscrição, acesse:
eavparquelage.rj.gov.br/acontece/arquivo-montagem-e-memoria-chamada-publica



*Para saber mais sobre o acervo Memória Lage, clique aqui!


**Sobre o filme:
Em Revolver, lançado em 2020 e filmado no terraço da EAV, Georges Didi-Huberman lê trechos de seu texto Radical Radicular, escrito em 2013 na ocasião de uma viagem ao Brasil, momento marcante dentro do contexto político-social brasileiro. A partir da pergunta: “radicalizar é realmente ir à raiz?”, em vez de buscar uma origem fixa, revisita Terra em Transe como imagem que ressurge em novos contextos. Sua montagem de tempos e espaços evoca a ideia warburguiana, da qual também se vale Huberman, de sobrevivência e de atlas visual. Assim, não reconstrói Glauber linearmente, mas abre fissuras entre estética, política e memória. Radicalidade, então, aparece como gesto de reativação e deslocamento, não como retorno à raiz.

O que você vai aprender:

A proposta tem como objetivo estimular a reflexão, pesquisa e criação coletiva e individual, orientando o grupo na produção de uma instalação que articule espacialmente memória, arquivo e montagem.


Sobre os palestrantes:

Frederico Benevides
Pesquisador, montador, diretor, finalizador e fotógrafo. Nascido no Ceará, é doutor em Artes Visuais pelo PPGAV/EBA/UFRJ, onde desenvolveu a tese "Margens do meio: energia e montagem nas imagens do rio São Francisco", na linha de pesquisa em Linguagens Visuais, como bolsista do CNPq. Realizou doutorado sanduíche no Film Study Center da Harvard University e foi Visiting Scholar do Center for Comparative Media da Columbia University, como bolsista da CAPES, no ano de 2022. É mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (2013), pela linha Políticas e Análise da Imagem e do Som, com dissertação "Máquina, Fome e Trajeto: Cinema de grupo brasileiro contemporâneo". Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, finalizada com a pesquisa "As Vilas Volantes: Pensamentos de Montagem em Cinema e Vídeo".

Juliana Machado
Bacharela em Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação pela UFRJ. Trabalhou como pesquisadora na Biblioteca do Instituto de Psiquiatria da UFRJ. Atuou no Sistema Estadual de Bibliotecas (SEB-RJ) realizando levantamento e atendimento às bibliotecas públicas e comunitárias do Estado. Trabalha como bibliotecária na EAV desde 2015, atualmente é responsável pela manutenção do Acervo Memória Lage.

Rubia Luiza
É bibliotecária formada em Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação pela UFRJ e mestre em Ciência da Informação pelo IBICT/UFRJ, com pesquisa focada em mediação cultural da informação étnico-racial em bibliotecas públicas. Desde 2015, atua como bibliotecária responsável na Biblioteca da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), onde promove a integração entre arte, cultura e informação. Além de sua atuação técnica, dedica-se à mediação cultural da informação, no qual cria e implementa ações pedagógicas que ampliam o acesso ao conhecimento e fortalecem a difusão cultural em espaços públicos.

Tadeu Capistrano
É professor de teoria da Imagem e história do cinema do Departamento de História da Arte e do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA/UFRJ). Possui pós-doutorado em História e Teoria da Arte pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) realizado sob supervisão de Georges Didi-Huberman, com apoio do Programa de Internacionalização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES_Print). É doutor em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde realizou tese sobre cinema, tecnologia e percepção com o apoio do CNPq e da Columbia University, onde foi pesquisador visitante. Realizou mestrado em Comunicação, Imagem e Informação, com o apoio da CAPES, na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde também se bacharelou em Cinema e Audiovisual após obter licenciatura em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

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Estudos críticos e curatoriais

ARQUIVO, MONTAGEM E MEMÓRIA

Este curso é indicado para:

O curso destina-se a artistas e pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento que se dediquem a pesquisas sobre memória, arquivo e seus desdobramentos no tempo presente, e que articulem essas investigações a práticas artísticas e ao cenário da contemporaneidade.

Dinâmica:

O curso será composto por dois encontros imersivos presenciais, realizados aos sábados, e um encontro online voltado à apresentação dos projetos.

No primeiro encontro presencial, a metodologia de trabalho será apresentada por Fábia Schnoor, e a introdução ao acervo Memória Lage será conduzida por Rubia Luiza e Juliana Machado. O grupo será convidado a iniciar a pesquisa e a dialogar sobre abordagens e perspectivas para o desenvolvimento dos trabalhos. A partir das orientações e trocas, cada participante selecionará imagens e textos do acervo para impressão em preto e branco a serem usadas como base nos exercícios de montagem e no desenvolvimento dos trabalhos.

No mesmo dia, haverá a exibição do filme Revolver de Frederico Benevides, com co-direção de Tadeu Capistrano, filmado na EAV em 2016 com Didi-Huberman, seguida de uma roda de conversa, aberta ao público.

No encontro online, os participantes vão apresentar brevemente seus projetos, em diálogo com o grupo, e  serão orientados por Fábia Schnoor para sua finalização até o encontro final.

No segundo encontro presencial, o grupo apresenta seus trabalhos e, por fim, a experiência se desdobra em uma instalação coletiva com a pesquisa e os trabalhos desenvolvidos.


AGENDA

• 01 de novembro de 2025 (sábado), 10h-19h
10h às 13h: apresentação da proposta, do acervo Memória Lage e do processo de pesquisa.
13h às 14h: intervalo para almoço.
14h às 16h: exercícios de montagem com material de arquivo.

17h: projeção do filme Revolver e roda de conversa com Frederico Benevides e Tadeu Capistrano.


• 22 de novembro de 2025 (sábado), 11h-13h

10:00h às 13h:  encontro online – apresentação dos projetos.


• 29 de novembro de 2025 (sábado), 10h-20h
10h às 13h: finalização dos trabalhos.
13h às 14h: intervalo para almoço.
14h às 18h: montagem da instalação.

18h: abertura da mostra.

  • Ministrado por:

    Fábia Schnoor

    Artista visual, pesquisadora independente, professora da EAV e Arte Educação na Escolinha de Arte do Brasil.

    Em 2009, participa como ouvinte do curso História e Tempo: História e Cultura da Memória com a professora Margarida de Souza Neves na PUC-RJ. De 2009 a 2012, participa do curso Análise e Inserção da Produção Contemporânea com, Iole de Freitas, em 2012, é selecionada para o programa Projeto Pesquisa com Gloria Ferreira e Luiz Ernesto, ambos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage –EAV-RJ. Em 2012, é assistente do artista Antony Gormley na montagem do trabalho Amazonian Field – CCBB-RJ. Em 2013, participa do programa de Residência Berlin Im Fokus em Berlim e em 2015 da residência ECHANGEUR 22. Integra hoje a partir de 2022 o programa Curators Tour da Residência Echangeur 22, na França. Participou de exposições coletivas no Brasil e no exterior, dentre elas: Residual Benefits, phICA, Instituto de Arte Contemporânea de Phoenix - Arizona, EUA 2012, Abre Alas, A Gentil Carioca, RJ, 2013, Noite Azul Elétrico, Mendes Wood - SP, 2013, A Imagem em Questão, EAV, 2013, Ressonâncias, Künstlerhaus Bethanien, Berlim, 2013. Em 2014 é indicada ao Prêmio Pipa e em 2015 faz a exposição individual LUGAR, no Centro Cultural Candido Mendes - RJ, a convite de Paulo Sergio Duarte. Em 2016 faz a individual topografia do instante, com curadoria de Keyna Eleison, no Centro Cultural da Justiça Federal – RJ. Em 2017 participa da coletiva A Escola em Transe com curadoria de Lisette Lagnado e Ulisses Carrilho, na EAV – RJ . Em 2018 faz a coletiva Flutuantes, no Paço Imperial-RJ em 2018 e a individual Post-It Drawings na Galeria 55SP – SP. Participou ainda em 2018 da Bienal Internacional de Arte SIART - “LOS ORÍGENES DE LA NOCHE”, Bolivia, com curadoria de Keyna Eleison e em 2022 Sublime Ordinário, curadoria de Arthur Lescher e MÃE, curadoria Julia Morelli, com 55 SP ambos no Espaço Cama- SP. 2019 e 2022 orienta o Laboratório de Pesquisa Entre Ontem e Amanhã na Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Referências

Partindo do trabalho de Aby Warburg e Georges Didi-Huberman, a proposta procura ativar o espaço do intervalo — entre o arquivo e o tempo presente, entre a imagem e o que está fora dela, entre as disciplinas e os campos do saber.

Essa travessia propõe-se como um gesto de montagem: recompor, deslocar e reinscrever memórias, resgatando o movimento vital das imagens e do pensamento.

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